quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Destino (música)


Me carregam pelos braços
Tuas cordas invisíveis
Qual peão em tabuleiro
Tresloucado em facínio

Corro por todos os lados
Desenhados, compostos
Inerrantes, multiversos
Se eu crer cada perna é minha
Meu pensamento é excurso

O suor sobre a tez cansada
Híbrido ao orvalho do fado
Estafado e interno falho
Me desvio de teu punho
Sem jamais sair do curso

Me emaranho em casas marcadas
Com meu nome nas calçadas
Me esperando em braço aberto
Para mim o que era incerto

Insone, descalso
Escasso,
Cada estrela já cansada
Queima calma, eterna e alva
A me dizer que o tino fino
Que me leva é tal Destino
Que as penas de minhas asas
São lavadas em sua casa
Que de minhas lentes o brilho
São lustrados com exímio
Pelas mãos murchas marcadas
De um ourives infinito...


Hércules J. Mousinho

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