
Me carregam pelos braços
Tuas cordas invisíveis
Qual peão em tabuleiro
Tresloucado em facínio
Corro por todos os lados
Desenhados, compostos
Inerrantes, multiversos
Se eu crer cada perna é minha
Meu pensamento é excurso
O suor sobre a tez cansada
Híbrido ao orvalho do fado
Estafado e interno falho
Me desvio de teu punho
Sem jamais sair do curso
Me emaranho em casas marcadas
Com meu nome nas calçadas
Me esperando em braço aberto
Para mim o que era incerto
Insone, descalso
Escasso,
Cada estrela já cansada
Queima calma, eterna e alva
A me dizer que o tino fino
Que me leva é tal Destino
Que as penas de minhas asas
São lavadas em sua casa
Que de minhas lentes o brilho
São lustrados com exímio
Pelas mãos murchas marcadas
De um ourives infinito...
Hércules J. Mousinho
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